INFORMES SOBRE AS LOUCURAS DA INQUISIÇÃO

18/05/2012 16:40

Inquisição (é um termo que deriva do ato judicial de inquirir, o que se traduz e significa perguntar, averiguar, pesquisar, interrogar etc.) ou Tribunal da Inquisição ou Santa Inquisição (dentre outros nomes) foi um tribunal cristão utilizado para averiguar heresia, feitiçaria, bigamia, sodomia e apostasia. O culpado era muitas vezes acusado por causar uma "crise da fé", pestes, terremotos, doenças e miséria social[G. Balandier, o Poder em Cena, Brasília, UnB, 1982, p.43], o acusado era entregue às autoridades do Estado, que o puniriam, as penas variam desde confisco de bens, perda de liberdade, até a pena de morte (muitas vezes na fogueira, método que se tornou famoso, embora existissem outras formas de aplicar a pena de morte).

 

A Inquisição foi criada inicialmente pela Igreja Católica, sob o nome do latim Inquisitio Haereticæ Pravitatis Sanctum Officium para combater o sincretismo entre alguns grupos católicos, que praticavam a adoração de plantas e animais e utilizavam mancias.[2] Os tribunais da inquisição não eram permanentes, sendo instalados quando surgia alguma heresia e eram depois desfeitos. Posteriormente tribunais religiosos e outros métodos judiciários de combate à heresia seriam utilizados pelas igrejas protestantes(Peters, Edward. Inquisition. New York: The Free Press, 1988. Pág.: 58-67) como por exemplo, na Alemanha e Inglaterra[Macaulay. A História da Inglaterra. Leipzig, pag.:54.].

 

O delator que apontava o "herege" para a comunidade, muitas vezes garantia sua fé e status perante a sociedade.[ M.L.T. Carneiro, O Fogo e os Rituais de Purificação. A Teoria do Malefício", Resgate. Revista de Cultura, Nº 3, Campinas, Papirus, 1991, pp.27-32] A caça às bruxas não foi perpetrada pela inquisição, mais sim por Estados e tribunais civis independentes sem reais ligações com a inquisição.

 A Inquisição é confundida com "Tribunal do Santo Ofício", porém o segundo é uma entidade que tem por função fazer inquisições. Ao contrário do que é comum pensar, o "tribunal do Santo Ofício" é uma entidade jurídica e não tinha forma de executar penas. O resultado da inquisição, feita a um réu, era entregue ao poder régio. Este tribunal era muito comum na Europa a pedido dos poderes régios, pois queriam evitar condenações por mão popular. Diz Oliveira Marques em «História de Portugal», tomo I, página 393: "... A inquisição surge como uma instituição muito complexa, com objetivos ideológicos, econômicos e sociais, consciente e inconscientemente expressos".- A sua atividade, rigor e coerência variavam consoante a época".

 

A INQUISIÇÃO ESPANHOLA

 

A Inquisição espanhola é, entre as demais inquisições, a mais famosa porque mais marcante na lembrança. David Landes, por exemplo, relata-nos: "A perseguição levou a uma interminável caça à bruxa, completa com denunciantes pagos, vizinhos bisbilhoteiros e uma racista:

 

- "limpieza de sangre".

 

Judeus conversos eram apanhados por intrigas e vestígios de prática mosaica: recusa de porco, toalhas lavadas à sexta-feira, uma prece escutada à soslaia, freqüência irregular à igreja, uma palavra mal ponderada. A higiene em si era uma causa de suspeita e tomar banho era visto como uma prova de apostasia para marranos e muçulmanos. A frase "o acusado era conhecido por tomar banho" é uma frase comum nos registros da Inquisição.

 

Sujidade herdada: as pessoas limpas não têm de se lavar. Em tudo isto, os espanhóis e portugueses rebaixaram-se. A intolerância pode prejudicar o perseguidor (ainda) mais do que a vítima. Deste modo, a Ibéria e na verdade a Europa Mediterrânica como um todo, perdeu o comboio da chamada revolução científica".

 

Em fevereiro de 1482 o Papa autorizou a nomeação de mais sete dominicanos como Inquisidores, entre eles, Tomás de Torquemada. Este viria a passar à história como a face mais aterrorizante da Inquisição. Em abril de 1482, o próprio Papa emitiu uma bula, na qual concluía: ¨A Inquisição há algum tempo é movida não por zelo pela fé e a salvação das almas, mas pelo desejo de riqueza¨. Após essa conclusão, revogaram-se todos os poderes confiados à Inquisição e o Papa exigiu que os Inquisidores ficassem sobre o controle dos bispos locais. O Rei Fernando ficou indignado e ameaçou o Papa. A 17 de outubro de 1483, uma nova bula estabelecia o Consejo de La Suprema y General Inquisición para funcionar como a autoridade última da Inquisição, sendo criado o cargo de Inquisidor Geral. Seu primeiro ocupante foi Tomás de Torquemada. Até a sua morte em 1498, Torquemada teve poder e influência que rivalizavam com os próprios monarcas Fernando e Isabel. Sob os inflexíveis auspícios de Torquemada, o trabalho da Inquisição espanhola prosseguiu com renovada energia. A 25 de fevereiro de 1484, 30 vítimas foram queimadas vivas em Ciudad Real. Entre 1485 e 1501 foram queimadas 250 pessoas em Toledo. Em Barcelona, em 1491 três foram executadas e 220 condenadas à morte em in absentia.

 

O PODEROSO SINISTRO E SANGUINÁRIO CARRASCO

Esse é o título que ostenta essa figura sinistra, que recebeu o poder das mãos do Papa e dos Reis Fernando e Isabel. Estamos falando do inquisidor-mor Tomás de Torquemada, que nasceu em 1420 em Àvila, tornou-se frade no convento Dominicano de São Paulo de Villadoli. Neto do Cardeal Juan de Torquemada pilar da ortodoxia no Concílio de Constância e acirrado defensor da infalibilidade do Papa.

Tomás de Torquemada para fogueira, entre 1483 e 1498, 8.000 pessoas acusadas de feitiçaria. Milhares de outros a outros castigos, como torturas, prisões, perseguições, tomada de bens.

Era descendente de Judeu, o que não impediu de perseguir sua própria raça. Para conseguir provas que pudessem condenar Torquemado usava dois métodos infalíveis: 1º a Delação e 2º a Tortura (escreve Oliveira Martins). O réu não sabia quem os acusava, a delação era aplaudida, a espionagem tornou-se uma virtude. Os delatores infiltravam-se nas famílias, eram médicos, filhos, pais, esposas, parentes, confessores, conselheiros, supostos amigos. Não existia apelação após a sentença. Na espanha a inquisição tornou-se uma epidemia, uma peste, um horror social.

OS INSTRUMENTOS DE TORTURA

A obra História da Inquisição de Henry Kamen, relata que a confissão, era infalível diante da tortura e os meios usados. O arrependimento, era obtido por meio de uma lavagem cerebral.

As três principais ferramentas de torturas usadas eram a: Garrucha, a toca e o Potro.

A Garrucha, era uma roldana presa no teto, o torturado era suspenso pelos pulsos com peso preso aos pés. Variante dessa suspender com os pulsos amarrado atrás e depois içado.

A Toca, a tortura da água, no qual o torturado ficava deitado com a boca aberta e por meio de jarros de água derramados lentamente em sua boca.

O Potro, era uma tortura que usava várias cordas, que era amarradas numa armação de madeira e o carrasco esticava o membros do corpo de acordo com a conduta do torturado.

CENSURA LITERÁRIA

 

O Index ou Index Librorum Prohibitorum era a lista de livros proibidos cuja circulação tinha de ser controlada pela Inquisição. Os livros autorizados eram impressos com um "imprimatur" ("que seja publicado") oficial. Assim era evitada a introdução de conteúdo considerado herege pela Igreja.

 

 Em 1558 foi introduzida na Espanha (pela própria Coroa Espanhola, à revelia da Igreja) a pena de morte para quem importasse livros estrangeiros sem permissão ou para quem imprimisse sem a autorização oficial. Um exemplo desta desconfiança dos espanhóis perante as idéias que lhes chegavam da Europa no século é-nos dado pela estatística dos alunos espanhóis da Universidade de Montpellier. Esta universidade costumava receber estudantes de medicina espanhóis. Eles deixaram de ir. Entre 1510 e 1559 foram 248. Já entre 1560 e 1599 foram apenas 12 (Goodman). Livros como os de Monstesquieu, Voltaire, Rosseau, Galileu de Galileu, Renê Descartes (FR) - Toda a sua obra filosófica, John Locke (ENG) - Ensaio Sobre a Compreensão Humana, Jean-Jacques Rousseau (FR) - O Contrato Social, Blaise Pascal (FR) - As cartas ao Provincial e muitos outros ...

QUANDO FOI EXTINTA?

 

 A Inquisição foi extinta gradualmente ao longo do século XVIII, embora só em 1821 se dê a  extinção formal em Portugal numa sessão das Cortes Gerais.

INQUISIÇÃO EM PORTUGAL

 

Na História da cultura universal - e, mais especificamente, da cultura portuguesa e brasileira que se viram amordaçadas durante séculos pela atuação da Santa Inquisição -, são múltiplos os exemplos de "caça à literatura sediciosa". Podemos considerar Portugal pioneiro na censura literária e defesa da fé e dos bons costumes. Antes mesmo da instituição da Inquisição em Portugal (1536), observamos por parte do Estado a preocupação em cercear idéias consideras como perigosas ao regime. Em meados do século XV foi instituída a censura real através de um alvará de Afonso V, de 18 de agosto de 1451, que manda "queimar livros falsos e heréticos". Orientado pelo Conselho, ordenava que os livros de Johannes Wickef, Johannes Hus, Frei Gaudio e de outros fossem queimados e "non fossem mais achados em os nossos reinos".

 

O MASSACRE DA NOITE DE SÃO BARTOLOMEU

O massacre da noite de São Bartolomeu foi um episódio sangrento na repressão dos protestantes na França pelos reis franceses, católicos.

 As matanças, organizadas pela casa real francesa, começaram em 24 de Agosto de 1572 e duraram vários meses, inicialmente em Paris e depois em outras cidades francesas, vitimando entre 30.000 e 100.000 protestantes franceses (chamados huguenotes).

 

Este massacre veio dois anos depois do tratado de paz de Saint-Germain, pelo qual Catarina de Médici tinha oferecido tréguas aos protestantes.

 

Em 1572, quatro incidentes inter-relacionados têm lugar após o casamento real de Marguerite de Valois, (a irmã do rei da França) com Henrique de Navarra, uma aliança que supostamente deveria acalmar as hostilidades entre protestantes e católicos e fortalecer as aspirações de Henrique ao trono.

 

 Em 22 de Agosto, um agente de Catarina de Médici (a mãe do rei da França de então, Carlos IX de França, o qual tinha apenas 22 anos e não detinha verdadeiramente o controle), um católico chamado Maurevert, tentou assassinar o almirante Gaspard de Coligny, líder huguenote de Paris, o que enfureceu os protestantes, apesar de ele ter ficado apenas ferido.

 

Nas primeiras horas da madrugada de 24 de Agosto, o dia de São Bartolomeu, dezenas de líderes huguenotes foram assassinados em Paris, numa série coordenada de ataques planejados pela família real.

 

Este fora o sinal inicial para um massacre mais vasto. Começando em 24 de Agosto e durando até outubro, houve uma onda organizada de assassínios de huguenotes em cidades como Toulouse, Bordéus, Lyon, Bourges, Rouen, e Orléans.

 

Relatos dão conta de cadáveres nos rios durante meses, de modo que ninguém comia peixe.

 

Não foi o primeiro nem o último ataque massivo aos protestantes franceses. Outros programas se seguiriam.

 

OS EVENTOS EM FICÇÃO

 

A história foi relatada por Alexandre Dumas em sua obra La Reine Margot, um romance de 1845, historicamente acurado, apesar de Dumas ter inserido romantismo e aventuras em seu texto. O romance de Dumas foi adaptado ao cinema em 1994, em La Reine Margot ("A Rainha Margot"), de Patrice Chéreau, que obteve grande sucesso comercial.

O massacre já tinha sido representado no cinema por D.W. Griffith no filme mudo Intolerance ("Intolerância"), de 1916.

Fonte: Wikipédia

              

 

FONTE ORIGINAL DE CONSULTA

Adaptado de texto na íntegra postado no seguinte endereço:

https://www.espiritualismo.hostmach.com.br/pecados_catolicos.htm